Abstraccionismo

 

 

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Abstraccionismo

O entendimento da arte como acto criativo situado para além da mera percepção visual do mundo sensível constitui o ponto de partida principal do abstraccionismo. Nascida na segunda década do século XX, a arte abstracta tem origem nas diversas reacções ao Impressionismo e desenvolve-se entre 1913 e 1933.

A primeira obra totalmente abstracta foi pintada por Kandinsky, uma das figuras históricas do abstraccionismo, em 1913. Paralelamente à actividade pictórica, Kandinsky converteu-se no teorizador dos fundamentos do abstraccionismo lírico, cujas linhas fundamentais são a liberdade da cor e do traço, enquadradas num entendimento filosófico e orgânico da pintura. Nas telas e aguarelas deste pintor alemão, as massas cromáticas, às quais o artista atribui um significado simbólico, enunciam uma plasticidade sem forma e uma nova sensibilidade. Cada obra é fruto de uma pesquisa controlada e metódica, de uma experiência espontânea vivida pelo autor, à qual não é estranha a exploração incessante das suas emoções e sensações perante o real.

Em França, o fauvismo e os primórdios do cubismo influenciam outros autores que enveredam pelo caminho da não figuração, como Delaunay, Kupka e Picabia.

Noutros países são experimentadas outras vias da abstracção, de cariz mais geométrico: o Raionismo, o Suprematismo e o construtivismo na Rússia, e o Neoplasticismo da Holanda. Os fundamentos deste último movimento, igualmente conhecido por De Stijl, são definidos essencialmente por Piet Mondrian, cuja obra se define através de uma gramática geométrica clara e objectiva, na qual a harmonia é obtida através de um equilíbrio entre a forma e a cor.