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Gustav Klimt Gustav Klimt nasceu em Baumgarten, próximo de Viena, na Áustria, em 1862.
Estudou na Escola de Artes e Ofícios de Viena entre 1876 e 1883. Nesse mesmo
ano fundou, juntamente com o irmão Ernst Klimt e com Franz Matsche, um atelier
de pintura, especializando-se na execução de murais, pinturas para tectos ou
para cenários. O seu trabalho inicial consistiu essencialmente em grandes murais para
teatros, num estilo naturalista, de entre os quais se destacam o tecto do
Burgtheater de Viena (1886-1888) e as pinturas da escadaria do Museu de História
de Arte, também em Viena (1890-1892). Neste trabalho, Klimt procurou fazer uma
síntese da história da arte, pintando cada personagem num estilo diferente,
conforme ao período que encarnava. A partir de 1894 executou grandes pinturas
alegóricas para o tecto da Sala Magna da Universidade de Viena, enveredando por
uma linguagem mais ornamental e linear, próxima dos ideais estéticos do
movimento da Arte Nova. Estes trabalhos, "A Filosofia", "A
Medicina" e "O Direito", foram tão fortemente criticados pelas
correntes mais tradicionalistas, que se abandonou a intenção de os colocar nos
locais previstos. Confrontado com esta hostil reacção crítica do público,
Klimt retirou-se da vida pública. Em 1897, Klimt foi um dos membros fundadores do grupo da Secessão de Viena,
tornando-se seu presidente até 1905, ano em que abandonou o movimento para
formar o Grupo Klimt. Nesta altura colaborava no periódico Ver Sacrum, para o
qual realizou um conjunto de ilustrações de carácter alegórico. A partir de 1898, o seu trabalho tornou-se mais original e inovador,
ganhando um carácter simultaneamente mais simbólico e decorativo. Em 1902
executa, para a sede da Secessão (um edifício projectado por Olbrich), o
"Friso de Beethoven", uma grande pintura mural, cuja influência sobre
as gerações mais jovens foi considerável. Os seus trabalhos mais famosos, datados do último período artístico do
pintor, foram os retratos de "Frau Fritsa Reidler" (1906) e os murais
e mosaicos realizados para o Palácio Stoclet (1905-1909) em Bruxelas, uma
grande casa desenhada pelo arquitecto austríaco Joseph Hoffmann, também ele
membro da Secessão Vienense. Nas suas pinturas, Klimt revelou a tendência para
eliminar o efeito de profundidade e de volume, transformando as figuras num
conjunto de superfícies decorativas, com carácter abstracto, de onde se
destacavam os pormenores figurativos das mãos e dos rostos. Neste período, Klimt colabora com muitos dos artistas dos Wiener Werstätten
(ateliers vienenses), fundados em 1902 por Hoffmann, realizando aí inúmeros
trabalhos de artes aplicadas. Apesar de ser contestado no seu país natal até 1917 (ano em que foi eleito
membro de honra da Academia de Viena), em 1910 a sua obra foi alvo de uma recepção
entusiástica na Bienal de Veneza. A pintura de Klimt, um dos mais importantes pintores vienenses de inícios
do século, teve significativas repercussões na obra de alguns artistas do
movimento expressionista, tais como o alemão Egon Schiele e o austríaco Oskar
Kokoschka. Gustav Klimt morreu em Viena em 1918. |