
Amedeo
Modigliani (1884, Livorno - 1920, Paris)
Pintor italiano. Depois de completar uma sólida formação clássica (Escola de
Belas-Artes de Livorno, Florença e Veneza), viaja para Paris em 1906 e
instala-se em Montmartre onde conhece os artistas do Bateau-Lavoir. A influência
de Toulouse-Lautrec e de Cézanne está presente nas suas primeiras obras através
da importância que dá à linha, à ligeireza da matéria, ao papel construtivo
da pincelada e à simplificação geométrica dos volumes (La Juive, 1907, col.
particular). A figura humana é já o seu único tema. Em 1909, conhece Brancusi
que o incita a esculpir. Modigliani realiza 25 esculturas, essencialmente
estudos de cabeças onde o hieratismo e o sintetismo dos volumes combinam a
influência da Arte Negra, do cubismo e da estatuária arcaica grega. A partir
de 1914, abandona a escultura e pinta, em tons sóbrios, retratos dos seus
amigos, a maioria de frente, sentados num espaço pouco profundo, de forma a
valorizar a forte presença dos rostos, rigorosamente construídos em grandes
planos. Entre 1916 e 1917, realiza uma série de nus sensuais, de formas
esguias, cujo volume é sugerido pelo ritmo dos arabescos e pela harmonia dos
tons ocre. Por volta de 1918-1919, o alongamento das linhas e a elegância das
formas acentuam-se, a paleta aclara-se, e Modigliani atinge um grau de estilização
maneirista demonstrado na psicologia dos seus últimos retratos, delicados e
melancólicos (Portrait de Luna Czechowska, 1919, col. particular). Alcoólico e
tuberculoso, morre aos trinta e seis anos na maior das misérias. |