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Pierre- August Renoir (1841- 1919) Renoir é considerado um dos mais importantes e famosos pintores impressionistas. Apesar de suas obras no início da carreira terem sofrido forte rejeição, por serem demasiadamente diferentes aos padrões da arte vigente, alcançou grande notoriedade ainda em vida. Uma prova disso foi a compra de um quadro seu pelo governo francês, em 1892. Afirmando que existiam coisas desagradáveis suficientes no mundo para que a arte também o fosse, Renoir imprime aos seus quadros, que refletem bem a belle époque, um clima leve, descontraído e de exaltação à vida. Pintava cenas agradáveis, mulheres e crianças belas exprimindo felicidade. Abusava das cores e dos brilhos. Seu estilo, denominado pelo crítico da época Louis Leroy de impressionista, uma vez que não captava a perenidade das coisas e sim as impressões do momento, acabou por firmar-se em importante capítulo da história da arte. Nascido a 25 de janeiro de 1841 em Limonge, França, logo muda-se com a família para Paris e frequentando aulas de pintura em porcelana e desenho. Já adolescente, dedica-se também à pintura de leques e tecidos, desenvolvendo sua habilidade manual. Aos vinte e um anos ingressa na Escola de Belas- Artes, em Paris e passa a frequentar, juntamente com outros jovens como Monet (seu grande amigo futuro), Sisley, Pissarro e Bazile, o atelier do pintor Gleyre. "A Hospedaria da Mãe Anthony" é um de seus primeiros quadros, bastante influenciado pelo pintor realista Courbet, mal visto pelos críticos da época. Capta uma cena cotidiana sem falsidade ou pretensão, com personagens e situações do mundo real. Bastante influenciado pela fotografia, une-se a Manet, Cézanne, Monet, Pissarro, Degas, Sisley e Bazille, na defesa de sua arte dinâmica, da impressão subjetiva contra "o conservadorismo" da arte oficializada nos salões, fundando a "Sociedade Anônima dos Pintores, Escultores e Gravadores". Extremamente rejeitados pela crítica, vão ganhando progressivamente aceitação até o ano de 1879. Renoir, então, ganha notoriedade e recebe pedidos para realizar retratos como "A Senhora Monet lê Le Figaro". Viaja para a Itália, procurando ampliar seus conhecimentos e modificando suas formas, principalmente as femininas, que ganham maturidade. Da moça "Lise", do início da carreira, mulher não idealizada, vestida de branco, misturando-se levemente às manchas verdes que lembram árvores ao fundo, chega a tipos como "As Banhistas". Nesse último já não há fusão entre as mulheres nuas e o ambiente, os corpos femininos destacam-se separados de todo resto de maneira clara e definida. Atacado por reumatismo em 1905, continua a pintar, já tendo obtido inegável sucesso artístico, imortalizando obras como "O Baile no Moulin de la Galette“ (1876). Nele representa de forma festiva uma tarde de encontro entre jovens em praça pública, dançando e conversando. Possui a forma de composição revolucionária imposta pelos impressionistas, o uso abundante de cores e luz característica dessa escola, e o enfoque em certos detalhes da cena. Jean Renoir (1894 -1979), conhecido diretor de cinema, é um de seus filhos.
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