Vieira da Silva

 

 

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Vieira da Silva Maria Helena (1908, Lisboa - 1992, Paris)

Pintora francesa de origem portuguesa. Dedicando-se desde muito cedo ao estudo das artes, vai para Paris em 1928, onde frequenta os cursos de escultura, optando pela pintura e seguindo as lições de Friesz, Léger e Bissière. Em 1930, casa com Szenes. Refugiada no Brasil em 1940, entra em contacto com Torrès-Garcia cuja obra descobrira em 1932. De regresso a França em 1947, é rapidamente promovida a figura principal da Escola de Paris. Não é possível determinar os ciclos sucessivos por que passa a sua obra, na qual a oposição entre figuração e abstracção é tornada inoperante pela integração constante de estruturas reais na estrutura da composição. O trabalho desenvolve-se por entre séries simultâneas, por vezes combinando-se, fundadas sobre a recorrência de certos temas (xadrez, biblioteca, atelier, pontes, estações ferroviárias, andaimes) e problemas plásticos. Deste modo, as possibilidades "espaciais" da superfície pictural, a "anatomia do espaço", surgem como fundamentos primeiros da sua investigação (O Atelier, Lisboa,1934). Mas, no mesmo movimento, não deixa de questionar a superfície através de um conjunto de perspectivas frontais (La Table ronde, 1940), que poderiam reconduzir a tela ao plano, se a cor não assumisse os efeitos de profundidade. As redes ortogonais assim definidas articulam-se, desde muito cedo, com "grandes oblíquas guerreiras" (J. Laude), características de uma outra série formal, para esquadrinhar essas vastas paisagens urbanas cuja temática atravessa toda a obra. À semelhança das gravuras, as têmperas sobre papel, nas quais as oposições de planos de cores surdas se adequam particularmente à sensibilidade de Vieira da Silva, constituem um aspecto determinante da sua obra.